Empurrados pelo peso de consciência, que não dá jeito nenhum carregar, pelo politicamente incorrecto, que lhes pode roubar votos e pelo discurso falacioso, mas muito a calhar, do Prof. Marcelo, apressam-se agora os defensores do Não a apresentarem propostas para não penalizar as mulheres, continuando, no entanto, a defenderem a criminalização da IVG. Estranho, no mínimo!
O argumento é tão confuso que os próprios, sobretudo os intelectualmente mais honestos, têm muita dificuldade em defendê-lo – veja-se o depoimento de Maria do Rosário Carneiro, no passado domingo, em Directo para o Telejornal da RTP 1, durante um jantar de apoiantes do Não.
Mas o auge da criatividade, nesta matéria, foi atingido pelo Dr. Bagão Félix! Também ele não quer ver as mulheres na cadeia (de facto, é politicamente muito pouco correcto defendê-lo) e propõe, então, uma configuração penal alternativa: a substituição da pena de prisão, por trabalho a favor da comunidade! Com um pormenor: desde que a mulher confesse (deve ser mesmo este o termo que mais agrada ao Dr. Bagão) que prevaricou... UAU! Que ideia tão tentadora!
Com esta proposta, o Dr. Bagão Félix defende que, além de enfrentar o sistema judicial, a mulher teria também que expor a sua intimidade perante a comunidade onde está inserida. Que progresso!
Qualquer mulher que se preze estará certamente muito grata por tão piedoso pensamento. É assim que as mulheres perdidas se tornam virtuosas!
Deixo aqui uma pergunta ao Dr. Bagão Félix: Será que a mulher teria que usar também algum identificador, enquanto executava esse trabalho – uma espécie de versão adaptada das velhas (mas certamente muito apreciadas por alguns) ‘orelhas de burro’?! Eu penso que poderia ser uma boa ideia!
Bem haja, Dr. Bagão Félix!
Finalmente, SIM!
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