Uma das componentes da pergunta do referendo que faz muita impressão aos defensores do ‘Não’ – mesmo àqueles que a votaram favoravelmente na Assembleia da Republica – é a referência ‘por opção da mulher’.
Sinceramente, não percebo o incómodo.
Por opção de quem deveria ser?!
- Do marido / companheiro / namorado? – se ele quiser, obviamente que deve participar activamente na decisão, co-responsabilizando-se pelas respectivas consequências, mas a última palavra, até por força da natureza, é (e só pode / deve ser) da mulher;
- De outros membros da família? – o apoio destes é bem vindo, mas nunca para coagirem à decisão;
- Dos médicos, ou outros profissionais de saúde? – a estes não cabe optar, mas sim esclarecer;
- De uma comissão de peritos? – continuamos com a humilhação dos julgamentos?, não me parece...;
- De conselheiros religiosos? – pode ser que algumas mulheres valorizem este apoio espiritual, mas ele será tanto mais válido quanto mais se afastar do juízo moral e melhor souber apresentar alternativas, deixando a escolha (logo, ‘a opção’) à mulher...;
- De associações de apoio à maternidade / solidariedade social – poderão ser também úteis, mas, uma vez mais, não podem impor a sua vontade à vontade da mulher.
Então?! Quem é que sobra?!